RAW Food na California
Cheguei há 10 dias da primeira parte do curso de chef e instrutora de RAW Food que fiz na California no Living Light Institute em Fort Bragg. O curso foi inacreditavelmente OTIMO. Eu fui com algumas expectativas mas me surpreendi com o profissionalismo e eficiência dos americanos. Organizados, rígidos até, mas extremamente objetivos. Disciplina, higiene como deve ser uma cozinha profissional e organizada.
Fort Bragg tem 6.000 habitantes, uma cidade calma e tranquila, só de casas… E tem mercados com uma variedade imensa de orgânicos, oleaginosas, vitaminas, fiquei enlouquecida. Trouxe tanto pózinho, vitamina, muitas coisinhas…
O curso de introdução a Instrutora de RAW Food – Science of Raw Nutrition, foi com dois pesquisadores excelentes, Dr Rick e Dr Karin Dina. Desmistificaram várias das minhas maiores dúvidas em relação a alimentação. Primeiro alívio – nos preocupamos demais com as calorias e de menos com a qualidade dos alimentos que ingerimos. Caloria tem alguma importância, claro, mas o mais importante de tudo é a DENSIDADE nutricional dos alimentos que ingerimos. Você pode comer um melão inteirinho e consumir as mesmas calorias que em um prato com algumas friturinhas. O melão tem muita água, e a fritura por sua vez é encharcada em óleo. E o que alimenta mais seu corpo o melão é claro!!!
Mas vamos ao que interessa. Vou dar uma resumida no que o casal falou de mais importante
– Os alimentos mais importantes para nós são as verduras, legumes e frutas. E sempre que puder compre orgânicos, nos Estados Unidos não há muito menos NÃO orgânicos que orgânicos nos bons mercados.
– A dieta RAW conta com os alimentos em seu estado mais puro, preservando suas enzimas e facilitando a digestão e absorção dos alimentos – resultado – sobra mais energia para o corpo realizar tantas outras funções, inclusive curar-se de tantas doenças. Há centros incríveis nos Estados Unidos que só com a RAW food diet curam diabetes tipo 2, alguns casos de câncer, artrite. Fantástico não?
– Um exemplo claro que citaram no curso. Ligue a torneira, a banheira, o chuveiro, a máquina de lavar roupa, a máquina de secar roupa, todas na mesma casa. Não haverá pressão suficiente para todos equipamentos funcionarem simultaneamente. Se comermos uma quantidade maior de comida que nosso corpo pode processar, TILT. A digestão fica lenta, sono, cabeça pesada, e nos piores casos, congestão. Lembra do almoço de Natal, e o seu estado na noite do dia 25??? O meu é sempre muito ruim, mal levanto da cadeira (prometo me comportar melhor em 2013)
– A digestão precede várias funções do corpo, aí novamente entra o fato de que quanto mais trabalho o corpo tem para realizá-la, menos energia ele tem para CURAR-SE. A dieta que menos demanda digestão seria um jejum de água, por isto em casos de doenças extremas, existem centros que adotam esta medida. A segunda mais leve é um jejum de sucos, a terceira, uma dieta saudável de RAW Food ou comida Viva, a quarta uma dieta saudável VEGANA (sem nenhum derivado animal, incluindo aí ovos e leite, além das carnes), a quinta uma dieta “típica” de RAW Food (onde há consumo de açúcares e alimentos industrializados), a sexta uma dieta “típica vegana” (mesmo do RAW Food típico), depois uma dieta saudável Ocidental e por último a dieta típica Ocidental que envolve como todos sabemos, muita carne, massas, pães, embutidos, frituras e etc.
– Minha dica fica aqui – maneirar os alimentos animais, reduzir mesmo, e tentar aumentar o consumo de alimentos frescos. E se possível restringir ao máximo os alimentos industrializados. Algumas vezes não dá para fugir, mas tente evitar ao máximo alimentos prontos. FRESCO, FRESH é tudo!!!
– Eu mesma não sou VEGANA, nem como só RAW. Mas estou tentando consumir um mínimo de peixe, ovos, queijo de búfala e cabra que são “meus pecados animais”. Digamos que uma vez de um, duas de outro por semana. E vivo muito bem e com muita energia assim!
– Use e abuse das leguminosas como fonte mista de carboidrato e proteínas – feijão, grão de bico, lentilha seca, ervilha. Não se esqueça de deixar de molho em água filtrada por pelo menos 12 horas e de jogar esta água fora ao cozinhar. Para aumentar a digestibilidade vale usar no cozimento: gengibre, cominho, coentro em grão, alga kombu. E para aumentar ainda mais o valor nutricional, usar talos de beterraba ou cenoura orgânicos no caldo.
– Vale usar proteína vegana, de arroz, vegetais.
– Faça um check up para dosagem de vitaminas. Há muitos médicos clínicos gerais que já pedem estes exames.
– Verifique com seu médico a necessidade de suplementa vitamina B12, mesmo quem consome carne pode apresentar deficiências.
– Se não tomar sol com frequência nos braços e pernas sem protetor solar por ao menos alguns minutos no dia, verifique também a necessidade de Vitamina D3, ela interfere na produção de cálcio (importante para ossos e dentes), também auxilia a produção correta da insulina.
– Cuidado com o excesso de óleos na alimentação, acabamos tendo excesso de omega 6 e falta de omega 3 no corpo. A dieta ocidental não favorece este equilíbrio. Evite óleos refinados, acrescente chia e linhaça (sempre moída na hora ou há poucos dias) na sua alimentação.
– Use óleos de coco e azeite de oliva quando precisar cozinhar com eles. São os que menos oxidam a altas temperaturas.
O curso foi longo, quero dividir muitas ensinamentos que obtive com vocês, mas vou devagar! É muita informação!
Próximo post é de receita, prometo. E dia 8 de abril estarei novamente no programa MAIS BONITA na TV Gazeta. Beijos
Obrigada!!!
Ola Renata, estou indo pra California e pensei em fazer algum curso no Living Light Institute. Vc fez o curso com qual duração? recomenda? Grata,
Luciane
Oi Luciane, eles tem uma “ordem”, os cursos sao ou de culinaria ou a ciencia do raw food. Tem curso so basico q leva um final de semana e os que seguem. Se vc quer se profissionalizar tera q fazer o Associate Chef e se quiser continuar ha outros modulos. Abraco, Renata